Todo final de ano é a mesma coisa: não importa em qual canto
do Brasil eu esteja morando... uma visita à minha cidade natal está sempre na
agenda. Ainda que Paranaíba seja uma pequena cidade com grandes problemas, foi
ali que eu nasci, cresci, onde reencontro a maior parte da minha família e
amigos de infância e, óbvio, onde eu mato saudade de todas as coisas gostosas
que como desde pequenininha (isso, beeemm pequenininha, hehehe).
Essa lista de comidas de infância é vasta e começa, claro,
com os pratos da minha mãe, cozinheira de mão cheia, lembrada por todos os
paranaibenses quando o assunto é boa mesa. Suas delícias formaram a base do meu
paladar e fizeram eu me apaixonar pela cozinha! Tem também os bolos e café da
vovó, o feijão, bolo de sal e a maionese das minhas tias, as bolinhas de queijo
curado das doceiras, o requeijão e as pamonhas da fazenda, e muuito, muito
mais. Isso porque Paranaíba fica no estado de Mato Grosso do Sul, mas faz
fronteira com Minas, Goiás e São Paulo e por isso a nossa gastronomia é uma
miscelânea resultante de todas essas influências maravilhosas. Aqui, além do
onipresente churrasco de todos os dias, nós temos carreteiro, galinhada com
creme de milho, feijoada, doces em compota, pão de queijo, curau, angu, frango
com quiabo, frango com gueirova, arroz com suã, quibebe e mais, e mais e mais.
Com tanta coisa gostosa, cada família acaba tendo receitas
preferidas que variam bastante. Mas, naqueles idos de 1980, quando a mãe se
cansava de cozinhar, nas ocasiões especiais ou depois da missa de domingo, as
famílias aproveitavam para passear e comer na feira ou nos restaurantes e lanchonetes
locais. Vocês podem imaginar que em um cidade de 40 mil habitantes, há 30 anos
atrás, a oferta de lugares para se comer fora de casa não era, digamos, muito ampla.... Alguns fizeram sucesso e
depois sumiram, ou partiram: quem não se lembra do Castelo de Ouro, das pizzas
do Genésio e da Di Napoli, dos sorvetes da Branca de Neve e Gelaguela, da
pipoca e o pudim do Seu Manoel, na porta da Igreja??? Há outros que começaram
lá na década de 80 e estão até hoje fazendo a festa das nossas lombrigas: Salgados
do Seu Neurísio e Seu Aniceto; Sorvetes do Peixe e do Kawakita, os pratos da
Recanto; os trailers de lanches que eram da Praça da República e agora estão no
Carnaíba. São delícias que a minha geração e todas as seguintes cresceram
comendo, pratos que fazem parte do paladar de todos os moradores e matam de
saudade e desejo quem hoje mora fora da cidade. Quem é daqui e vive longe sabe
bem o que estou falando: todas as vezes que viemos a Paranaíba, TEMOS que comer
alguns clássicos. De preferência, acompanhados de guaraná Cotuba de garrafinha
verde de vidro!!
Falando sobre as opções de lazer gastronômico para os paranaibenses
hoje, temos uma oferta mais variada com a Bella Praça, Cupim, Sabor do Pescado, Pelourinho, Kokk Kiir, trailers de fogaça e casas de espetinho. Torcemos para que eles
tenham vida longa e que venham muitas, muuuitas outras opções para nós. Que os
restaurantes saibam valorizar o cliente e os cliente saibam valorizar nossos empreendedores.
Afinal, chega de gastar gasolina para ir jantar do outro lado da ponte...
Curiosamente, eu tb conheci um desses mencionados, o Castelo, onde é o Peixe, hj em dia. E, acredite, era ótimo, onde íamos aos domingos, de noite...
ResponderExcluirMuito bom! Tinha uns aí que eu nem lembrava mais!
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